Como se preparar para a cirurgia de DBS: um guia completo

Postado em: 19/06/2023

A triagem do paciente para a Estimulação Cerebral Profunda (DBS, na sigla em inglês) envolve avaliação psiquiátrica e cognitiva, presença de comorbidades e avaliação de risco cirúrgico.

A equipe deve ser devidamente capacitada quanto aos cirurgiões e os programadores de dispositivos.

Outra questão envolvida na preparação para cirurgia é o esclarecimento do paciente quanto ao que será realizado e o que esperar como resultado, sendo necessário o gerenciamento das expectativas.

cirurgia de DBS

Como o paciente é avaliado para saber se é um candidato à cirurgia DBS?

Antes de se submeter ao procedimento, o indivíduo passa por uma série de avaliações para averiguar qual será o benefício do procedimento no seu caso. Confira um exemplo de análise feita em um paciente com Parkinson:

Avaliação com teste de levodopa

Em geral, o paciente fica algumas horas sem a medicação e o diagnóstico de Parkinson é verificado. O neurologista avalia o histórico e pontua todos os sintomas motores. Em seguida, recebe uma dose de levodopa estipulada pelo médico e espera o efeito, que normalmente observa no cotidiano. Sob o efeito da medicação, os sintomas são pontuados novamente. O processo mostra como o paciente responde à medicação e também quais manifestações são mais ou menos controladas. 

Avaliação cognitiva e de sintomas neuropsiquiátricos

Com o paciente medicado, o especialista avalia diversos pontos da cognição, além de testar atenção, memória, visualização do espaço, cálculos simples, memória, raciocínio e flexibilidade mental. Esta avaliação não descarta necessariamente a cirurgia. A maioria dos pacientes tem pequenas dificuldades em uma ou outra função, o que é normal. São pesquisados também distúrbios do humor, como ansiedade e depressão, alterações no sono e efeitos colaterais da medicação. Os pacientes, em geral, não relatam estes sinais espontaneamente.

Ressonância magnética e consulta com neurocirurgião

O paciente é submetido a uma ressonância magnética para descartar qualquer alteração anatômica. Esta imagem é analisada pelo neurocirurgião especializado em Parkinson e utilizada no momento da programação computadorizada da Estimulação Cerebral Profunda. Na consulta, as dúvidas do paciente e da família são esclarecidas e os riscos apresentados. Todo este processo é indispensável para indicar ou contraindicar a cirurgia de DBS. 

Quem pode fazer a Estimulação Cerebral Profunda (DBS)?

Muitos pacientes querem saber se são candidatos e se devem realizar a cirurgia de DBS. Cada pessoa deve ser submetida a uma criteriosa avaliação neurológica. Somente o médico neurologista pode verificar a indicação da Estimulação Cerebral Profunda para cada caso.

Os principais pacientes que se beneficiam da cirurgia DBS são: 

  • Pessoas com doença de Parkinson há mais de cinco anos;
  • Pacientes com distonia generalizada;
  • Pacientes com tremor essencial grave.

É importante ressaltar que a cirurgia não cura essas doenças. No entanto, os pacientes têm uma melhora clínica de cerca de 60-80%. Entre os benefícios do tratamento estão: maior independência, funcionalidade e dignidade para a vida diária.

A cirurgia pode ser realizada em todas as faixas etárias maiores de 8 anos, inclusive adolescentes e idosos. Para indivíduos com idade menor que 18 anos é necessário o consentimento dos pais.

Benefícios da cirurgia DBS

A Estimulação Cerebral Profunda, do inglês Deep Brain Stimulation (DBS), oferece uma série de benefícios significativos para pacientes com doenças neurológicas.

  • Pode ser realizada em um ou ambos os lados do cérebro, dependendo dos sintomas;
  • Os efeitos são reversíveis e podem ser personalizados para o quadro clínico de cada paciente;
  • As configurações de estimulação podem ser modificadas para diminuir os possíveis efeitos colaterais e melhorar a eficácia ao longo do tempo;
  • O dispositivo fornece controle contínuo dos sintomas 24 horas por dia;
  • Os pacientes que passaram por DBS podem participar de outros tratamentos, como células-tronco ou terapia genética, quando estiverem disponíveis.

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