Quais são as doenças neurológicas que podem ser tratadas com DBS?

Postado em: 26/06/2023

A Estimulação Cerebral Profunda é uma técnica cirúrgica de tratamento de doenças neurológicas e psiquiátricas, como doença de Parkinson, distonia, tremor essencial e até depressão. Na neurologia, a cirurgia é utilizada para tratar principalmente distúrbios do movimento.

O procedimento consiste na implantação de pequenos eletrodos no cérebro para estimular regiões cerebrais específicas. O eletrodo dispara uma corrente elétrica ajustável. A técnica de Estimulação Cerebral Profunda é conhecida também como “Cirurgia de Implante de Marca-passo Cerebral” ou “Neuromodulação”.

Neste texto, o Dr. Anselmo Boa Sorte, especialista em Neurocirurgia Funcional e Dor, explica sobre o procedimento e suas indicações.

DBS

O que é a Estimulação Cerebral Profunda?

A Estimulação Cerebral Profunda ou do inglês Deep Brain Stimulation (DBS) é uma modalidade terapêutica que foi desenvolvida a partir dos anos 80 e tem a capacidade de modular a atividade dos neurônios.

O procedimento de DBS inclui um dispositivo médico simples que envia sinais para o cérebro. Os sinais ajudam a controlar as funções motoras afetadas pelos sintomas de distúrbio de movimentos, como tremor, lentidão e rigidez. 

O médico insere um ou dois fios isolados, chamados de eletrodos, no cérebro. Os eletrodos são conectados ao estimulador (semelhante a um marca-passo), que é inserido sob a pele no peito. O dispositivo produz impulsos elétricos brandos que estimulam uma região específica do cérebro. Isso pode ajudar a regular os sinais no cérebro, resultando na melhoria dos sintomas do Parkinson, distonia ou tremor essencial. Embora não seja uma cura, a cirurgia DBS ajuda a melhorar as práticas do cotidiano e a qualidade de vida do paciente.

Como a cirurgia é realizada?

A pessoa permanece acordada, com anestesia local. O DBS é implantado por meio de pequenos orifícios colocados em cada lado do crânio. Esses furos são calculados com modernos recursos de imagem por Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética.

Com muita precisão, um eletrodo de teste é colocado no cérebro, em que os médicos avaliam a resposta imediata (se os tremores pararam, por exemplo).

Se estiver tudo certo, os eletrodos definitivos são colocados. Geralmente são dois, um de cada lado do cérebro. Por fim, com anestesia geral, a equipe médica implanta um pequeno gerador abaixo da clavícula da pessoa, semelhante a um marca-passo cerebral, que envia os pulsos elétricos ao cérebro. O tempo total da Estimulação Cerebral Profunda dura de 6-9 horas, contando o período de indução e recuperação anestésica.

Para que serve a Estimulação Cerebral Profunda?

As primeiras e mais conhecidas indicações da Estimulação Cerebral Profunda foram para o grupo de doenças neurológicas dos distúrbios do movimento. O DBS é validado nos Estados Unidos pelo Food and Drug Administration (FDA) desde 1997, sendo a primeira indicação o tremor essencial. Veja abaixo as principais indicações para a cirurgia de DBS:

Doença de Parkinson

O DBS na doença de Parkinson é indicado para tratar:

  • Tremores que não sejam controlados com as medicações;
  • Flutuações “on-off”, como rigidez, lentidão dos movimentos e dificuldade para andar por encurtamento dos efeitos das medicações;
  • Movimentos involuntários causados pelas medicações (discinesias);
  • Intolerância às medicações.


Distonia

De acordo com o caso, o DBS pode melhorar a distonia em 50-70%. O procedimento está indicado para as seguintes situações de distonias:

  • Distonias na forma generalizada, principalmente nas formas geneticamente determinadas (DYT1);
  • Distonias cervicais que não melhoram com aplicação de toxina botulínica;


Tremor essencial

A cirurgia DBS está indicada para tremor essencial e pode beneficiar outros casos de tremores severos e persistentes:

  • Quando não responderam de forma significativa ao tratamento com medicações orais;
  • Casos em que os pacientes relataram efeitos colaterais que impossibilitam a continuidade do tratamento medicamentoso.


Outras doenças que se beneficiam de DBS

A técnica tem apresentado benefícios também em:

  • Dor Crônica;
  • Certas formas de epilepsia;
  • Transtorno Obsessivo-compulsivo (TOC);
  • Tiques (Síndrome de Tourette);
  • Depressão.


Agende uma consulta com o Dr. Anselmo Boa Sorte, especialista em Neurocirurgia Funcional e Dor, e descubra como o tratamento com DBS pode transformar a sua vida. Recupere sua qualidade de vida e encontre esperança no avanço da medicina neurológica.

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