DBS no tratamento de Parkinson: Como funciona e quais são os benefícios?
Postado em: 11/11/2024
A estimulação cerebral profunda, mais conhecida como DBS (Deep Brain Stimulation), é uma das alternativas mais inovadoras e eficazes no tratamento da doença de Parkinson.
Essa técnica oferece uma nova opção para pacientes que não conseguem mais controlar os sintomas da doença apenas com medicamentos ou enfrentam efeitos colaterais intensos.
Neste artigo, vou explicar como a DBS funciona e os principais benefícios que esse tratamento pode oferecer para pessoas com Parkinson.
Continue sua leitura para conferir!
O que é a DBS?
A “DBS“ é um procedimento cirúrgico que utiliza estímulos elétricos para controlar os sintomas motores, proporcionando mais estabilidade e qualidade de vida aos pacientes.
É uma técnica que, embora ainda complexa, está em crescente evidência e vem sendo indicada com maior frequência por especialistas em transtornos do movimento e neurocirurgia funcional.
Como funciona a DBS no tratamento da doença de Parkinson?
A DBS é um procedimento que envolve a implantação de eletrodos em áreas específicas do cérebro responsáveis pelo controle motor, geralmente o núcleo subtalâmico ou o globo pálido interno.
Esses eletrodos são conectados a um dispositivo semelhante a um marca-passo, colocado sob a pele, no peito, que envia impulsos elétricos ao cérebro.
Esses impulsos ajudam a regular as atividades anormais que causam os sintomas motores característicos do Parkinson, como tremores, rigidez e lentidão de movimentos.
O processo para a realização da DBS inclui avaliações criteriosas, onde a equipe médica realiza exames e análises detalhadas para identificar os locais exatos onde os eletrodos devem ser posicionados.
Este planejamento é essencial para garantir que os estímulos atinjam as áreas cerebrais corretas, trazendo resultados eficientes.
Os principais passos para a realização da DBS incluem:
- Avaliação pré-operatória: identificação dos sintomas e análise de histórico médico para determinar se o paciente é um bom candidato para o procedimento.
- Implantação dos eletrodos: cirurgia para posicionamento dos eletrodos no cérebro, geralmente feita com anestesia local.
- Conexão ao neuroestimulador: o dispositivo é implantado sob a pele e conectado aos eletrodos, permitindo o ajuste dos estímulos conforme a resposta do paciente.
Após o procedimento, o neurocirurgião e outros profissionais envolvidos monitoram o paciente, realizando ajustes no aparelho para encontrar o nível ideal de estimulação.
Essa capacidade de personalização permite que o tratamento seja adaptado às necessidades de cada paciente, potencializando os benefícios ao longo do tempo.
Quais podem ser os benefícios da DBS no tratamento do Parkinson?
A DBS apresenta diversos benefícios, especialmente para pacientes que estão em estágios mais avançados da doença e não conseguem mais obter alívio adequado com medicamentos.
Entre as vantagens mais destacadas estão:
- Redução significativa dos sintomas motores: a DBS ajuda a reduzir tremores, rigidez e bradicinesia (lentidão dos movimentos), que são sintomas incapacitantes para muitos pacientes com Parkinson.
- Diminuição da necessidade de medicamentos: com a DBS, muitos pacientes conseguem reduzir as doses de medicamentos, minimizando os efeitos colaterais associados, como discinesia (movimentos involuntários) causada pela levodopa.
- Personalização do tratamento: a intensidade dos estímulos elétricos pode ser ajustada conforme a resposta do paciente, oferecendo um controle preciso e adaptável dos sintomas.
Quando a DBS é recomendada?
Embora a DBS seja um tratamento eficaz, nem todos os pacientes com Parkinson são candidatos a esse procedimento. Ela é geralmente indicada para:
- Pacientes com Parkinson avançado: aqueles que já não respondem de forma eficaz aos medicamentos ou que sofrem com efeitos colaterais significativos.
- Casos de flutuação motora intensa: pacientes que experimentam variações bruscas de sintomas ao longo do dia, conhecidas como períodos “on-off”.
- Sintomas motores não controláveis com medicamentos: tremores e rigidez que não são reduzidos com doses convencionais de medicamentos.
A DBS é recomendada após uma análise criteriosa do paciente, considerando tanto os benefícios quanto os riscos potenciais da cirurgia.
Qual a importância do acompanhamento pós-DBS?
Após a DBS, é essencial que o paciente continue o acompanhamento com o médico para ajustes periódicos e monitoramento dos sintomas.
A adaptação dos estímulos é um processo contínuo que visa otimizar o controle dos sintomas e garantir que o paciente mantenha uma boa qualidade de vida.
Em resumo, a estimulação cerebral profunda (DBS) tem um potencial enorme para transformar a vida de pacientes com Parkinson, mas cada caso deve ser avaliado individualmente para entender se essa é a melhor opção.
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Dr. Anselmo Boa Sorte
Neurocirurgião Especialista em Coluna e Dor
CRM-BA: 27243 | CRM-SP: 178490| RQE 21297 (BA) | RQE 93157 (SP)
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