As principais diferenças entre marca-passo cerebral e outras opções de tratamento neurológico
Postado em: 12/06/2023
Os distúrbios do movimento são um grupo de problemas neurológicos caracterizados por movimentos involuntários que podem ocorrer de maneira contínua ou episódica. Esses movimentos podem acometer os braços, as pernas, a cabeça ou até mesmo o tronco. Eles geram incapacidade em diversos graus e costumam afetar drasticamente a qualidade de vida das pessoas.
A doença de Parkinson é o tipo mais frequente de distúrbio do movimento, mas existem vários outros, como a distonia e o tremor essencial.
Doença de Parkinson: é uma condição associada à redução progressiva dos neurônios que produzem a dopamina, neurotransmissor que atua nos movimentos do corpo. Rigidez muscular, lentidão e tremores são seus sintomas clássicos. O Parkinson é mais comum entre pessoas idosas, acima dos 60 anos, e pode levar também a alterações da fala (voz baixa), redução da escrita (letra pequena) e dificuldade na marcha, com desequilíbrio.
Distonia: doença que causa contrações musculares involuntárias e repetidas, provocando torções de longa duração que levam a posturas anormais e dolorosas. Nessas situações, partes do corpo – como tronco, membros e dedos –, são contraídas, dificultando os movimentos. Além dos fatores genéticos, a distonia pode estar relacionada a outras doenças ou uso de determinados medicamentos.
Tremor essencial: afeta cerca de 1% da população e promove movimentos oscilatórios ritmados que ocorrem quando o indivíduo realiza determinados movimentos. Os tremores ocorrem em diversas partes do corpo, e são mais comuns nas mãos. Muitas vezes, os sintomas são confundidos com o Parkinson, mas são doenças diferentes.
Como é feito o tratamento?
Existe um leque variado de tratamentos para os distúrbios do movimento. Alguns são potencialmente curáveis, outros podem ter seus sinais controlados ou minimizados. A estratégia terapêutica é personalizada, considerando o quadro e as características de cada paciente.
O tratamento pode incluir desde recursos comuns a todos os distúrbios, como reabilitação, terapia ocupacional até terapias específicas para algumas doenças.
- Na doença de Parkinson, o grande pilar do tratamento é a reposição de dopamina, bem como sessões de fisioterapia e terapia ocupacional.
- Os neurologistas utilizam medicamentos que variam de acordo com o tipo de tremor; em alguns casos, apenas a observação clínica é suficiente.
- As distonias são tratadas com medicamentos específicos, aplicações de toxina botulínica e fisioterapia.
O que há de novidades em termos de tratamento?
Um dos recursos mais modernos é a Estimulação Cerebral Profunda, do inglês Deep Brain Stimulation (DBS), é uma técnica cirúrgica de tratamento de doenças neurológicas e psiquiátricas, como o Parkinson, distonia, tremor essencial e até depressão. Na neurologia, a cirurgia é utilizada para tratar principalmente distúrbios do movimento.
O procedimento de DBS inclui um dispositivo médico simples que envia sinais para o cérebro. Os sinais ajudam a controlar as funções motoras afetadas pelos sintomas de distúrbios de movimento, como tremor, lentidão e rigidez.
O médico insere um ou dois fios isolados, chamados de eletrodos, no cérebro. Os eletrodos são conectados ao estimulador (semelhante a um marca-passo), que é inserido sob a pele no peito. O dispositivo produz impulsos elétricos brandos que estimulam uma região específica do cérebro. Isso ajuda a regular os sinais no cérebro, resultando na melhoria dos sintomas.
O tempo total da Estimulação Cerebral Profunda dura de 6-9 horas, contando o período de indução e recuperação anestésica.
Estudos científicos indicam que cerca de 20% dos pacientes com Parkinson precisarão desse tipo de tratamento em algum momento da doença, geralmente depois de cinco anos da patologia instalada.
Conheça as diferenças entre o marca-passo cerebral e outras opções de tratamento neurológico, descubra a melhor abordagem para uma vida plena e saudável. Entre em contato e agende uma consulta com o Dr. Anselmo Boa Sorte, especialista em Neurocirurgia Funcional e Dor.
Leia também:
Neurocirurgia e Dor Crônica: as opções de tratamento disponíveis