Como a estimulação cerebral profunda pode melhorar a qualidade de vida dos pacientes

Postado em: 03/07/2023

A Estimulação Cerebral Profunda (da sigla em inglês DBS) é um dos tratamentos invasivos mais eficientes e seguros para tratar distúrbios do movimento, como a doença de Parkinson e distonia. A cirurgia não cura, mas na maioria dos casos controla diversos sintomas e melhora a qualidade de vida, com ganho de autonomia para o paciente.

Vale ressaltar que nem todos os pacientes com Parkinson, por exemplo, apresentam tremores – em torno de 30% dos casos –, sendo mais comuns sinais como a lentidão dos movimentos e a rigidez. Com a intervenção e o controle das manifestações, o indivíduo reduz o uso de medicamentos e sofre menos com efeitos colaterais, ganha em autonomia, independência e bem-estar.

A cirurgia DBS controla os sintomas motores – principalmente tremores, rigidez e lentidão dos movimentos – e está associada à melhora do cotidiano dos pacientes, quando selecionados de forma criteriosa. Apesar de ser muito segura, a DBS ainda é uma intervenção complexa e precisa ser feita por um neurocirurgião habilitado.

estimulação cerebral profunda

Quem pode fazer a cirurgia de DBS?

A indicação da cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda envolve critérios específicos. É fundamental ter um diagnóstico preciso da doença de Parkinson, além de observar se as medicações atuais estão alcançando os efeitos desejados. Outro aspecto importante é verificar se o paciente está sofrendo com uma qualidade de vida comprometida devido à dificuldade no controle dos sintomas, como problemas de locomoção, tremores, lentidão nos movimentos ou dor. Em geral, recomenda-se que o paciente tenha pelo menos cinco anos de Parkinson para uma avaliação mais precisa.

Existem algumas contraindicações para a cirurgia DBS. Pessoas com sinais de demência, doenças psiquiátricas graves e problemas graves de equilíbrio e marcha podem não ser adequadas para o procedimento. No entanto, indivíduos que sofrem de distonias e outras formas de tremores, incluindo o tremor essencial, podem se beneficiar significativamente com a DBS.

O médico neurologista costuma operar com relativa tranquilidade pacientes até os 70 anos. Mas a partir dessa idade, o cuidado é maior.

Como a cirurgia é realizada?

A Estimulação Cerebral Profunda, do inglês Deep Brain Stimulation (DBS), é um tratamento cirúrgico que ajuda a controlar alguns sintomas de distúrbio do movimento. A técnica é amplamente utilizada para tratar pessoas com doença de Parkinson, tremor essencial e distonia, cujos sintomas não são mais controlados por medicação.

Na mesa cirúrgica, o paciente permanece acordado, com anestesia local. Dois cortes de quatro centímetros são feitos na parte frontal da cabeça e, em seguida, dois pequenos furos no crânio. Com muita precisão, o eletrodo é colocado. Geralmente são dois, um de cada lado do cérebro. Outra incisão é feita na região peitoral para abrigar o neuroestimulador, semelhante à uma incisão para marca-passo cardíaco.

A recuperação costuma ser rápida e o paciente tem alta hospitalar cerca de 48h após o procedimento, sem restrição da mobilidade. A estimulação controlada com a ajuda dos eletrodos implantados modula o circuito defeituoso restabelecendo a transmissão de informação neural e consequente retorno do controle do movimento.

Vantagens da cirurgia DBS

  • Pode ser realizada em um ou ambos os lados do cérebro, dependendo dos sintomas.
  • Os efeitos são reversíveis e podem ser personalizados para o quadro clínico de cada paciente.
  • As configurações de estimulação podem ser modificadas para diminuir os possíveis efeitos colaterais e melhorar a eficácia ao longo do tempo.
  • O dispositivo fornece controle contínuo dos sintomas 24 horas por dia.
  • Os pacientes que passaram por DBS podem participar de outros tratamentos, como células-tronco ou terapia genética, quando estiverem disponíveis.


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