Comparando opções de tratamento: DBS versus medicamentos para Parkinson
Postado em: 04/11/2024
O tratamento da doença de Parkinson evoluiu significativamente nas últimas décadas, oferecendo uma variedade de opções. Entre os métodos de tratamento mais discutidos estão os medicamentos e a estimulação cerebral profunda, conhecida como DBS (do inglês Deep Brain Stimulation).
Ambos têm um papel essencial, mas a escolha entre eles depende de diversos fatores, como estágio da doença, sintomas específicos e características individuais do paciente.
Continue sua leitura para saber mais sobre a diferença entre essas abordagens, seus benefícios e limitações, além de entender em quais situações cada uma é mais recomendada!
As diferenças iniciais dos tratamentos
Os medicamentos são o tratamento mais comum e amplamente prescrito para o Parkinson, especialmente nos estágios iniciais da doença.
Eles ajudam a controlar os sintomas motores, como tremores e rigidez muscular, proporcionando um alívio significativo para os pacientes.
A estimulação cerebral profunda, ou “DBS“, por outro lado, é uma intervenção cirúrgica recomendada para pacientes que não respondem bem aos medicamentos ou que enfrentam efeitos colaterais limitantes.
Com isso, é importante entender as particularidades de cada opção para fazer uma escolha informada junto ao médico especialista.
Como funcionam os medicamentos para Parkinson?
O principal objetivo dos medicamentos é repor ou aumentar a dopamina no cérebro, um neurotransmissor essencial para o controle dos movimentos.
A medicação pode atuar de diferentes maneiras para compensar essa perda:
- Levodopa: um dos medicamentos mais eficazes, convertido em dopamina no cérebro para controlar os sintomas motores.
- Agonistas da dopamina: simulam o efeito da dopamina no cérebro, embora não a substituam diretamente.
- Inibidores da MAO-B e COMT: prolongam a ação da dopamina, aumentando sua disponibilidade no cérebro.
Esses medicamentos geralmente proporcionam um alívio notável dos sintomas, mas com o tempo, podem perder a eficácia, exigindo ajustes nas doses ou combinações com outras drogas.
Além disso, o uso prolongado pode trazer efeitos colaterais, como discinesia, movimentos involuntários que interferem na qualidade de vida do paciente.
Ainda assim, para muitos pacientes em estágios iniciais e intermediários, os medicamentos oferecem uma boa resposta e são frequentemente a primeira linha de tratamento.
DBS para Parkinson: o que é e como funciona?
A DBS é uma intervenção minimamente invasiva que envolve a inserção de eletrodos no cérebro para regular a atividade elétrica nas áreas responsáveis pelos sintomas do Parkinson.
Este tratamento é recomendado principalmente para pacientes em estágios mais avançados ou que não respondem bem aos medicamentos.
Após o procedimento, um dispositivo semelhante a um marca-passo é implantado sob a pele, geralmente no peito, conectado aos eletrodos, permitindo ao médico ajustar a estimulação elétrica conforme necessário.
A DBS pode oferecer resultados bastante duradouros, ajudando a:
- Reduzir tremores e rigidez, que frequentemente não respondem bem à medicação.
- Diminuir a necessidade de doses altas de medicamentos, reduzindo seus efeitos colaterais.
- Melhorar a qualidade de vida de pacientes com Parkinson avançado que enfrentam limitações motoras severas.
Quando os medicamentos são mais indicados?
A escolha entre medicamentos e DBS para Parkinson depende da resposta individual ao tratamento e da fase da doença.
Em pacientes nos estágios iniciais, os medicamentos tendem a ser a melhor escolha, pois proporcionam alívio rápido e não invasivo, permitindo que o paciente mantenha sua rotina diária.
Além disso, pacientes com condições de saúde que contra-indiquem a cirurgia, como problemas cardíacos graves, também são melhores candidatos para o tratamento exclusivamente medicamentoso.
Para pacientes que respondem bem aos medicamentos e conseguem controlar os sintomas com doses moderadas, a DBS pode ser desnecessária.
Nesses casos, a medicação é suficiente para manter a qualidade de vida e retardar a necessidade de procedimentos invasivos.
Quando a DBS se torna a melhor opção?
A DBS costuma ser recomendada quando os medicamentos perdem sua eficácia ou causam efeitos colaterais limitantes, tornando difícil o manejo da doença apenas com terapia medicamentosa.
Em especial, a DBS é indicada para pacientes que experimentam flutuações motoras intensas, como “on-off” (variação de resposta à medicação ao longo do dia) e discinesia, que ocorrem com o uso prolongado de levodopa.
Além disso, pacientes com idade mais jovem ou com doença de início precoce podem se beneficiar de uma intervenção precoce com DBS, reduzindo a dependência de altas doses de medicação ao longo da vida.
Atenção: a escolha do tratamento deve sempre considerar as particularidades e especificidades de cada caso, de forma que esta aqui é uma visão geral, mas é imprescindível consultar um especialista para entender o melhor para você.
Em resumo, embora medicamentos e DBS para Parkinson sejam opções de tratamento valiosas, sua indicação depende do perfil de cada paciente e do estágio da doença.
Uma consulta com um especialista é essencial para entender suas melhores opções. Visite meu site para mais informações ou entre em contato para agendar uma consulta!
Dr. Anselmo Boa Sorte
Neurocirurgião Especialista em Coluna e Dor
CRM-BA: 27243 | CRM-SP: 178490| RQE 21297 (BA) | RQE 93157 (SP)
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