DBS é a sigla para Deep Brain Stimulation, em inglês, estimulação cerebral profunda. DBS é uma técnica de neuromodulação, ou seja, de utilizar recursos para modular a atividade neuronal, para proporcionar melhora funcional ao paciente. Apesar de não promover cura definitiva, ele proporciona um bom nível de melhora para os pacientes. Conheça mais sobre o assunto acompanhando o conteúdo a seguir!

Quais são as indicações do DBS?

O DBS é uma intervenção cirúrgica indicada para pacientes com sintomas de:

  • Doença de Parkinson: doença neurológica que afeta a movimentação e resulta da degeneração da substância negra no cérebro, a responsável pela produção do neurotransmissor envolvido na movimentação, a dopamina;
  • Distonia: condição que provoca movimentos involuntários nos músculos, que duram de alguns minutos a algumas horas e podem provocar muita dor;
  • Tremor essencial: patologia de movimento que afeta mãos, cabeça, voz e pernas, com tremores de origem neurológica, mas causa subjacente desconhecida.

Nos últimos anos também o DBS tem sido usado com bons resultados para tratamento de outras condições de difícil controle com técnicas convencionais, como:

  • Doenças psiquiátricas refratárias (depressão, transtorno obsessivo-compulsivo), lembrando que, em todo caso, é necessária uma abordagem multidisciplinar;
  • Síndrome de Tourette: manifestação de tiques nervosos de forma involuntária e não intencional, com comprometimento funcional e na vida social;
  • Dor de difícil controle e refratária a outras modalidades de tratamento. Um exemplo são os casos em que ocorre persistência da dor local, mesmo após a cirurgia de coluna.

Como é feita a cirurgia de implantação do DBS?

Esse tratamento cirúrgico é baseado na colocação de um eletrodo de neuroestimulação que envia sinais ao cérebro. Esses sinais emitidos pelo aparelho contribuem com as funções de áreas cerebrais específicas, relacionadas a movimento, possibilitando que os sintomas sejam amenizados e controlados. O objetivo é a promoção de melhora funcional e, apesar de não haver cura absoluta, o ganho de qualidade de vida é evidente.

O médico, através de uma cirurgia minimamente invasiva, implanta os eletrodos no cérebro do paciente. Esses componentes são ligados ao gerador de estímulo (aparelho com aparência e operação similar a de um marca-passo) que geralmente fica localizado na região do peito. O dispositivo emite impulsos elétricos que estimulam as atividades cerebrais atingidas pela patologia.

Lembramos que todo sistema do DBS é implantado abaixo da pele. Desse modo, cicatrizes ou marcas não ficam visíveis ou expostas. Normalmente, a liberação do hospital ocorre em dois dias, para a administração das medicações necessárias.

Como é o acompanhamento após a cirurgia do DBS?

Nos primeiros 3 a 6 meses, será necessário um acompanhamento mais próximo, para o neurocirurgião realizar as avaliações pós-operatórias e programar o dispositivo DBS. No processo de programação, o médico altera a força e frequência da estimulação elétrica que é entregue ao cérebro.

Essas modificações, associadas aos ajustes dos remédios, são os fatores responsáveis pelo equilíbrio dos sintomas da doença e por trazer o melhor benefício para cada paciente, de forma totalmente individualizada. Por isso, é um processo detalhado e de muitos testes até ser encontrada a dosagem e a programação ideais.

Após esse período, as consultas tendem a ser a cada 6 meses ou 1 ano, com pequenos ajustes na programação, a depender da evolução da doença e dos sintomas do paciente. Lembrando que as baterias têm uma vida útil específica. Os modelos convencionais duram de 3 a 5 anos. Os modelos recarregáveis permanecem funcionando por até 10 anos, mas dependem de recargas regulares.

O Dr. Anselmo Boa Sorte é especialista em neurocirurgia funcional e realiza a implantação do dispositivo DBS em pacientes, com um acompanhamento cuidadoso, personalizado e dedicado, visando a promoção da qualidade de vida e melhora funcional para as pessoas atendidas. Entre em contato e agende a sua consulta!