A Neuromodulação começou a ser desenvolvida na década de 60, com o objetivo principal de atenuar dores crônicas e neuropáticas, especialmente as dores remanescentes após cirurgia de coluna vertebral. A neuromodulação consiste basicamente em modelar a atividade elétrica do sistema nervoso, de forma a contribuir no tratamento de doenças e dores. 

A aplicação clínica dessa técnica foi difundida nos anos 80 e, ao longo dos anos, essa moderna tecnologia passou por aperfeiçoamentos e avanços, até chegar ao que é conhecido hoje. Entre as tecnologias de NEUROMODULAÇÃO, podemos destacar o DBS e os eletrodos corticais e medulares para a dor. Saiba mais acompanhando o conteúdo a seguir!

Eletrodo medular para dor

No procedimento de implantação do eletrodo medular para dor, o paciente recebe um aparelho chamado neuroestimulador medular. Esse sistema conta com uma bateria (ou gerador, também conhecido como marca-passo neurológico) que, quando ligado ao eletrodo, cria e direciona uma pequena corrente elétrica para polos específicos da medula espinhal. O eletrodo é implantado na coluna vertebral por um pequeno corte nas costas, e é conectado ao gerador, que fica embaixo da pele.

A escolha do local de implante do eletrodo depende da modalidade de dor que o paciente sente. Na maioria das vezes, o implante de estimulador é na região da medula mais baixa (tóraco-lombar), mas tem a possibilidade de ser implantado em nervos específicos que vão para a região de dor ou no próprio cérebro (estimulador cortical).

Os estímulos que o aparelho emite sobre a medula atuam como um bloqueio dos impulsos dolorosos que seriam enviados ao cérebro. Sendo assim, o sistema nervoso entende essas correntes de energia como uma sensação de massagem nos locais que receberam o estímulo. Como consequência, o paciente sente um alívio dos sintomas dolorosos. Alguns aparelhos mais modernos conseguem trazer alívio da dor mesmo sem o estímulo similar à massagem.

Após implantado o eletrodo, é realizada uma programação do estímulo, que é personalizada para o paciente, levando em consideração o local e tipo de dor. O controle dos geradores de pulsos garante que o médico possa escolher quais polos dos eletrodos irão emitir cargas negativas, positivas e neutras.

As combinações são inúmeras, por isso, é importante que o neurocirurgião esteja habilitado e capacitado na implantação do eletrodo medular e na programação do equipamento, para a adequada qualidade do desfecho.

DBS e Neuromodulação

O DBS é um dispositivo de estimulação cerebral profunda, Deep Brain Stimulation (DBS), também chamado de marca-passo cerebral. O procedimento é indicado para tratar sintomas de distúrbios do movimento (como tremores, lentidão na movimentação, rigidez muscular e movimentos involuntários) que não respondem completamente com medicações.

Destacamos que o DBS é implantado de forma cirúrgica, que apesar de não curar definitivamente os sintomas dos distúrbios do movimento, proporciona um maior nível de controle e melhorias no dia a dia do paciente, com relevante impacto na qualidade de vida.

O DBS é uma técnica de neuromodulação, recomendada no tratamento de doença de Parkinson, distonia, tremor essencial e que vem sendo utilizado também para tratar quadros psiquiátricos refratários (como depressão e Transtorno Obsessivo Compulsivo), síndrome de Tourette e dor de difícil controle.

O tratamento cirúrgico com DBS é baseado na colocação de um eletrodo de neuroestimulação que envia sinais ao cérebro. Esses sinais emitidos pelo dispositivo ajudam a controlar as funções de áreas cerebrais específicas, relacionadas a movimento, controlando sintomas de diversas doenças.

O médico, através de uma cirurgia minimamente invasiva, faz a colocação de eletrodos no cérebro do paciente. Eles são ligados ao gerador de estímulo (aparelho parecido com um marca-passo) que, em geral, fica localizado na região do peito. O equipamento emite impulsos elétricos que estimulam as atividades cerebrais que foram atingidas pela doença.

Veja as possíveis funções do DBS:

  • DBS para Parkinson: O DBS pode auxiliar no controle de Parkinson. Os sinais elétricos emitidos pelo dispositivo contribuem para melhorar a coordenação dos movimentos. O controle de sintomas não é total, mas a tecnologia proporciona uma significativa melhora da qualidade de vida.
  • DBS para Transtornos do Movimento: A estimulação cerebral profunda contribui para amenizar os danos funcionais causados pelos transtornos do movimento, possibilitando a realização de atividades com mais autonomia.
  • DBS para dor: A estimulação elétrica do DBS pode contribuir no bloqueio dos sinais de dor em quadros de dor persistente após cirurgia da coluna.

Eletrodo cortical para dor e Neuromodulação

O eletrodo cortical para dor também é um dispositivo de neuromodulação. Ele é implantado no cérebro por meio de uma mini craniotomia, em uma cirurgia do paciente acordado. Realiza-se a aplicação de estímulos elétricos nas regiões de movimentação, até o encontro dos pontos cerebrais que realizam a leitura dos estímulos de dor.

Após identificação da região, o cirurgião implanta o eletrodo cortical nesses locais, sendo que ele é conectado a uma bateria. O procedimento tem relevância considerável para tratamento de dores refratárias a outras modalidades terapêuticas.

É importante destacar que as baterias na neuromodulação podem ter que ser trocadas de forma cirúrgica a um intervalo médio de 10 anos. Também há baterias recarregáveis, mas que demandam recarga regularmente.

A seguir mostraremos algumas aplicações da neuromodulação:

  • Eletrodo gânglio da raiz dorsal: A zona de entrada da raiz dorsal da medula espinhal concentra um grande volume de nervos sensitivos. O DBS pode ser instalado na raiz do nervo que transmite dor e, com os impulsos elétricos emitidos, contribui no bloqueio desses sinais.
  • Estimulador nervo occipital para cefaleia e enxaqueca: Para cefaleias refratárias à medicação e que são de difícil controle, pode-se utilizar o DBS para melhora funcional.
  • Estimulação do nervo vago: Técnicas de neuromodulação como a estimulação do nervo vago contribui no controle de epilepsia resistente a fármacos e depressão.

O Dr. Anselmo Boa Sorte é neurocirurgião funcional e trabalha com muita dedicação e empenho para proporcionar qualidade de vida e uma boa recuperação para os seus pacientes. Experiente, ele é empenhado e preocupado em oferecer a você um tratamento mais adequado ao que você precisa. Entre em contato e agende a sua consulta!